FLUXO DE CAIXA

O Fluxo de Caixa



1. Definições
A vida de uma empresa não pode ficar ao sabor dos acontecimentos futuros. Precisa ser pró ativa, ou seja, atuar no sentido de mudar o curso de ações para enfrentar as crises que sempre acontecem. Na administração financeira, é preciso antever situações, conhecer melhor as variáveis e as condições para explorar ao máximo suas potencialidades. Isso é viável através de uma ferramenta vital para o Administrador Financeiro: O Fluxo de Caixa.



Ele, à medida que possibilita avaliar a posição financeira da empresa, exerce papel fundamental no planejamento financeiro e em seu efetivo controle. Daí a necessidade de sua elaboração de forma realista, compatível com os demais planos e orçamentos da empresa, com os quais guarda íntima relação.

Portanto, é o instrumento que permite determinar as necessidades financeiras (ou sobras) diárias semanais, mensais ou anuais da empresa, permitindo de forma transparente e eficaz vislumbrar os momentos em que se deverá buscar recursos ou aplicar recursos no mercado.
Em resumo, o fluxo de caixa é o instrumento que permite ao Administrador Financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado período de tempo.
2. Elaboração do Fluxo de Caixa
Ao elaborar um fluxo de caixa deve-se ter os seguintes objetivos:
a) Projetar as entradas e saídas de recursos financeiros para um determinado período; b) Identificar os recursos necessários à execução do plano geral de operações;
c) Utilizar, da melhor forma possível, os recursos disponíveis, para que não fiquem
ociosos, estudando antecipadamente a sua melhor aplicação;
d) Planejar e controlar os recursos em termo de ingressos e desembolsos de caixa, através das informações constantes nas projeções de vendas, produção, compra de matéria prima e despesas operacionais;



e) Saldar as obrigações da empresa no seu vencimento;



f) Buscar o perfeito equilíbrio entre ingressos e desembolsos;



g) Analisar as fontes de crédito que proporcionem empréstimos menos onerosos, em caso



de necessidade;



h) Negociar com os principais credores, outras datas de pagamento que coincidam com



épocas de melhor disponibilidade;



i) Mostrar à empresa a importância do fluxo de caixa e a qualidade das informações que serão a base de sua elaboração, vindas das diversas áreas da empresa.



A necessidade de sistemas sofisticados, com a ajuda de computadores e de consultores, será determinada pelo porte da empresa, seu volume de recursos e pelo grau de complexidade e tamanho das operações com seus clientes, fornecedores e prestadores de serviço. Mesmo um pequeno empresário, que não pode dispor de grandes recursos para tais controles, pode montar um fluxo de caixa simples, com bons resultados.







4.2.4.3. Como defender o Caixa



A meta ideal a ser perseguida pelo Administrador Financeiro seria o casamento total das entradas e saídas de caixa, fato impossível de ocorrer. Mas é possível minimizar este descasamento, encurtando o tempo entre as pontas extremas dos dois ciclos básicos de qualquer empreendimento: o operacional e o de caixa.



OS CICLOS VITAIS DA EMPRESA



CICLO OPERACIONAL



CICLO DE CAIXA



Compra de Processo de Estocagem de Processo de



Matéria Prima Produção Produto Final comercialização



- - - -- - -- --- -- - -- - - C i c I o O p er ac i o nal- - --- - - ---- -- ------- - - -- - - - -- - - - - - - - - - - - - -- - - -- - - - - - - - - - - - -­



Dia zero 30 dias após 40 dias após 70 dias após



--------------------------------------------- C iclo de Caixa--------------- --------------------------­



Pagamento Venda produto







Prazo: 3 O dias Recebimento







Ao fornecedor







Prazo: 30 dias







do cliente







A boa administração financeira persegue dois objetivos, ambos com reflexos positivos no Caixa:







a) Reduzir o tempo entre o momento de aquisição da matéria prima e o da venda do



produto acabado (ciclo operacional);



b) Estreitar o período entre o pagamento da matéria prima ao fornecedor e o recebimento



do cliente.







Com o alto custo de empréstimos bancários de curto prazo, é questão de sobrevivência trabalhar o máximo possível com recursos próprios.











As sugestões para manter a saúde do caixa de uma empresa são inúmeras e diversificadas como pode ser observado abaixo:







Nas Contas a Receber: procure antecipar o recebimento oferecendo ao cliente uma taxa de desconto no mínimo igual aos juros das aplicações financeiras vigentes. Para ele é uma aplicação vantajosa, pois não há incidência de IR na fonte nem IOF e ainda estreita os laços comerciais. Para a empresa sai mais barato do que o desconto de duplicatas.



Nas Contas a Pagar: procure esticar os prazos de pagamentos aos fornecedores até onde for possível, sem custos financeiros adicionais e sem desgastar a credibilidade no mercado.



No caso de Pagamentos Antecipados: exija uma taxa de desconto no mínimo igual aos juros das aplicações financeiras.



Não deixe cheques retidos/guardados: Deposite-os imediatamente, a não ser que se tratem de cheques pré datados.



Verifique se é possível reforçar o caixa mediante venda de ativos ociosos.



Faça uma análise criteriosa do seu índice de atraso em contas a receber e ative sua área de cobrança, estabelecendo metas para reduzir o índice.







4.2.4.4.







ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA







1) Os modelos de fluxos de caixa apresentados na planilha de Excel podem ser adaptados



a qualquer empresa;



2) Inicie o seu fluxo pelos recebimentos, tendo o cuidado de levantar as vendas efetuadas e



considerar os seus respectivos prazos de recebimento;



3) Os compromissos a pagar que, em se tratando de uma empresa com o Contas a Pagar



informatizado, não estejam contemplados no sistema, deverão ser estimados pelas áreas



correspondentes;



4) O saldo inicial do fluxo em elaboração corresponde ao saldo final do mês



imediatamente anterior;



5) Atentar para a "Viabilização do Fluxo de Caixa", que se refere ao tratamento que você



dará ao saldo disponível ou à necessidade de captar recursos, dia a dia.





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